É com tristeza que o blog registra em seu diário a partida do argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista, José Saramago. Português de berço, Espanhol na saída. Partiu de duas Pátrias e deixou o mundo órfão. Suas cinzas serão lançadas aos ventos de Espanha e Portugal.
José deixa uma obra literária crítica ao chamado sistema capitalista e dogmas religiosos da Igreja Católica. Ateu, Saramago lançava dúvidas sobre a veracidade destes dogmas. Em contraponto produzia obras como O Evangelho segundo Jesus Cristo.
Saramago, vanguarda! Sempre, a ponto de ser o precurssor de publicações com certificado florestal no Brasil. Seu livro As intermitências da morte, publicado em 2005, recebeu selo verde. Foi a primeira publicação literária no Brasil certificada pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). Ele liderou o plantio de milhares de mudas de árvores para compensar os danos ambientais causados na produção de cada exemplar.
Então, só nos resta a conformação, foi-se o escritor, Prêmio Nobel de Literatura e ficou a obra. Bom momento para ler. Bom momento para aprender. “Porque no fim, tudo é coisa da nossa cabeça”, ele dizia.
Comentei com o Senador Arthur a morte do escritor e ele que vinha caminhando rápido, foi diminuindo o passo, parou e disse: “Mais que um escritor, perdemos um grande ser humano”.